E eu me pergunto o que é que eu fiz, vai ver eu não fiz mesmo nada...

De repente o nome desse blog me voltou a memória em um lapso muito rápido, e eu que não sou nada boba retornei pra esse cantinho que era tão meu e eu nem imaginava. Três anos - ou quase isso - se passaram desde que eu era uma menina com seus quase 19 anos e um coração partido cheio de incertezas. Quantos processos eu passei, meu Deus! Sequer imaginava o tamanho do caminho que trilhei desde o último post em 2018.


Ainda conservo o mesmo amor pela discografia da Mallu Magalhães e já consigo encaixar as poesias dela em algumas vivências ao longo da jornada. Kit Kat ainda é o meu chocolate favorito e eu continuo preferindo livros ao invés da minha própria realidade. Crepúsculo ainda aquece o meu coração e talvez - mas muito talvez - eu sonhe em conhecer um vampiro. Aliás, eu li Drácula do Bram Stoker e fiquei sem palavras pra expressar tudo o que eu senti.


Eu gosto de cafés, vídeos de study vlog e música clássica. Inclusive as trilhas sonoras da Disney tocadas no piano fazem carinho na minha audição! Também gosto de coisas de vovó: tomar chá e fazer crochê (ou simplesmente tentar, pra início de conversa). 


Já sou quase uma egressa e mal posso acreditar que comecei esse blog no segundo semestre da universidade. E eu que não sabia de nada, agora sei pelo menos um pouquinho. Todos os dias me questiono: será que o hospital é mais minha casa do que a minha própria casa?


Bater papo é um dos meus passatempos favoritos, mas ficar quieta também é. Ainda penso muito. Acordo pensando, durmo pensando. Penso, penso, penso... Logo existo ou logo surto?


Chorei por aquele amor doloroso até meados de 2020 e em 2021 chorei de novo, só que por outro amor. Mas adivinha só? Dessa vez eu me amo também. Talvez esse amor ande tropeçando, mas ele vai bem mesmo assim.


Beijo meu gato todos os dias. Faço carinho no cabelo dos meus bebês durante qualquer procedimento que eu vá fazer.


"Eu tenho acordado cedo e me sinto ótima (...)" e  talvez nem sempre ótima. Por vezes irritada por acordar cedo, mas nunca mal agradecida. Todos os dias o ar passa pelo meu sistema respiratório e eu tenho um corpo funcionante. I raise a hallelujah!


Comecei a escrever aqui sem grandes pretensões, e mais tarde, lancei um livro. 400 mil leituras! Dá pra acreditar, Bea do passado? Eu também mal acreditei. E eu continuo escrevendo... Escrevendo tudo, o mínimo dos sentimentos mais avassaladores do mundo. E ah, eu descobri uma coisa sobre nós: a gente sente demais, o tempo todo. A gente sente tudo, e a gente absorve tudo também. Hoje nós temos um coração-bomba-relógio, que também é um coração-asas-de-beija-flor.


Descobri também que eu amo as pessoas. E odeio também. Mas espera: não é ódio > ódio < mesmo... É só que ás vezes eu não quero elas por perto. Ás vezes eu gosto de ficar somente com Deus. Ele e eu, eu e Ele... Sem mais ninguém. Mas eu também as amo e me preocupo, até quando não as conheço tanto. É um problema? Não sei. Eu só me preocupo.


Meu jeito de demonstrar carinho é diferente, mas não é menos do que o de ninguém. Eu entendi que se eu gosto de alguém, certamente essa pessoa saberá. Parei de me cobrar e fazer coisas mirabolantes para que alguém me note. Eu sou só eu... Particular, meio esquisita talvez. 


As coisas rasas não me agradam mais, eu gosto de ficar imersa. Imersa na existência dos outros e em tudo o que essa existência pode me ensinar. Eu gosto de ir à fundo e nadar no mar de sentimentos de quem me rodeia. Gosto também de me molhar e dançar na chuva que é ser eu.


Ás vezes eu posso ser complicada, sabe? Mas quem não é? E tem graça quando é tudo muito fácil? Não que eu esteja romantizando o difícil, óbvio! É só que eu aprendi a ter carinho com a minha complexidade.


"Lá em casa continua todo mundo bem e todos os problemas se antecipam (...)" e talvez isso já seja autoexplicativo. 


A vida é extraordinária mesmo quando não é.


Deus continua sendo o meu melhor amigo - e o fato é que nunca vai deixar de ser. Ele me deu irmãos para dividir as trincheiras: eu não luto sozinha, sempre tem pessoas do meu lado.


O mundo? Caótico. Coronavírus e os problemas de sempre, com o adendo de que o presidente desse país é o regresso em pessoa. Everyday I wake up brasileira e por vezes é difícil... Ainda assim, esse país é minha casa. É o meu lar.


E tem um poquinho de lar pra mim em cada um que verdadeiramente gosta de mim. Eu aprendi a morar um pouquinho em cada pessoa, e assim, lembrar à elas que eu também posso ser abrigo.


"Corro atrás do tempo sem poder ganhar (...)"  e tudo o que eu posso fazer é apreciar cada minuto que corre no relógio, ou cada grão de areia caindo dentro da ampulheta.


Eu fiz muitas coisas e me tornei muitas outras. Mudei em partes e também não mudei. Eu ainda sou eu, e um pouco diferente do que era antes. Agora eu dnaço conforme o caos, segurando nas mãos dAquele que nunca me largou. Quando me sinto insuportável, descanso nAquele que suporta todas as coisas... Até eu.


Será que eu não fiz mesmo nada?

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